terça-feira, 7 de dezembro de 2010

que as vezes é fácil se perder.

"É que por enquanto a metamorfose de mim em mim mesma não faz sentido. É uma metamorfose em que eu perco tudo o que tinha, e o que sou. E agora o que sou? Sou: estar de pé diante de um susto. Sou: o que vi. Não entendo e tenho medo de entender, o material do mundo me assusta, com seus planetas e baratas."
(Clarice Lispector)

Sabe quando você se pega olhando ao seu redor pensando na palavra amigo, e não vem ninguém na sua mente? é mais ou menos o que eu estou sentindo. Digo amigos que estão fisicamente ao seu lado, que quando você tem que ir numa festa chata de família logo telefone pra ele te fazer companhia... Você se sente tão sozinha, tão vulnerável e tão perdida. Mas o pior de tudo é quando a culpada disso tudo é você mesma, digo: as pessoas que te cercam no seu dia-a-dia estão ali no mesmo lugar, mas você não as enxerga quando pensa num amigo. Pode ser que isso no fim as deixe tristes, mas sabe... não me importo se a culpa cair toda nas minhas costas, afinal sou eu que me sinto assim e não eles que me fazem sentir assim. Provavelmente é uma fase, afinal é o que mais tem acontecido comigo. Ando passando por muitas fases e confesso que algumas me confundem e fazem eu cambalear, só não caio porque acredito que há uma linha invisível me segurando, só preciso encontrar quem é que amarrou ela em mim, e que a segura tão firme quando estou prestes a cair.
Sinto minha visão embaçada, procuro meus óculos mas então noto que já estou com eles. Bem, ao menos a visão vai voltando aos poucos, pior seria se ela também me abandonasse.
É triste não se sentir parte de nenhum grupo, de nenhum coração, de nenhuma rotina. Mas a vida segue, e parar para eu colocar outro esparadrapo no meu coração não dá. Daqui a pouco ele já vai estar todo coberto mesmo, e então de certa forma estará protegido, disso tudo. Será como um vírus que se acostuma com os anticorpos, aquele remédio não fará mais efeito.

Foto: Alguma doação.
Texto: @mandynga


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